Há quatro anos, tomava posse à frente da reitoria do Santuário de Aparecida o missionário redentorista padre João Batista de Almeida.
Na celebração de posse, realizada no Altar Central no dia 2 de fevereiro de 2015, padre João agradeceu aos seus confrades, familiares, colaboradores do Santuário, voluntários e à Família Campanha dos Devotos pelo apoio e confiança e, agora, quatro anos depois, no fim da sua missão como reitor do Santuário, reiterou o seu agradecimento, afirmando que durante todo esse tempo, ele contou com uma equipe muito boa. “A equipe é grande, é boa, as pessoas são comprometidas. O reitor é uma peça da grande engrenagem, mas ali todo o grupo é comprometido: o grupo de missionários, religiosos, colaboradores, voluntários e a gente pode dizer também o grupo de devotos, porque são milhões de devotos comprometidos com esse Santuário”, ressaltou.
Em entrevista ao A12, padre João avaliou e frisou a satisfação em contribuir para cuidado do Santuário de Aparecida nesses últimos quatro anos.
Avaliação dos quatro anos como reitor
Pe. João: Pra mim foi um presente que caiu do céu. Eu não contava com isso na minha vida, de estar um dia reitor do Santuário e, ainda mais, em um tempo muito especial. Hoje eu digo que é um alívio deixar, pois alivia o peso. Mas por outro lado, tem aquele gosto de saudade, porque você começa a lembrar do tempo que se foi, das coisas boas que aconteceram e até algumas que não foram muito boas, mas fazem parte da caminhada, fazem parte da nossa missão.
A missão não é só glória; aliás, a glória é pouca. A missão às vezes é mais cruz do que glória, mas é na cruz que está a redenção, e é aí que valeu a pena para mim.
Desafios, sim. Dificuldades foram poucas, porque o Santuário Nacional é cuidado por uma Congregação Religiosa. Ele não depende de uma pessoa, ou de pessoas; é uma Congregação que está em sintonia com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), através do Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, e isso fortalece muito a ação. Aqui nós temos muitas cabeças e corações pensando e batendo ao mesmo tempo.
Comemorações dos 300 anos, em 2017
Pe. João: Eu lembro do dia em que assumi oficialmente a reitoria. A primeira pergunta que me foi feita era: "Olha, são trezentos anos. Como vai ser essa festa?" Foi ali que descortinou. Nós temos um grande evento que já estava todo preparado, todo programado, com muitas coisas já combinadas e pré-determinadas. Então, a mim cabia seguir o roteiro e essa foi a graça: estava tudo prontinho.
Alguns elementos apareceram ao longo da caminhada. Por exemplo, o desfile da escola de samba, a homenagem à Nossa Senhora, a viagem a Taiwan... Mas aquilo que era básico, o fundamental de celebração já estava pronto. A mim coube receber as dioceses, entregar as imagens, fazer essa cortesia com aqueles que vinham e, depois, representar o Santuário em alguns eventos, mas o principal já estava combinado.
As celebrações em si foram muito prazerosas. Os eventos, as pessoas que participaram... Nós não tivemos nenhum acidente de percurso, nada que atrapalhasse a festa. Pelo contrário, fomos sempre muito bem recebidos. Então, pra mim foi bom demais.
Celebração dos 40 anos da restauração da Imagem de Aparecida, em agosto de 2018
Pe. João: Quando chegou o final de 2017, que as cortinas se fecharam, pensamos: "E agora o que nós vamos fazer daqui para frente?" Foi então que veio o projeto da Restauração. Era preciso lembrar esse fato, porque ele foi um momento de renascimento da devoção à Nossa Senhora no Brasil. Aquele momento foi uma grande manifestação de fé do povo brasileiro, e nós não podíamos deixar de lembrar os 40 anos desse acontecimento histórico. Recordar os 40 anos foi um tempo para convidar o povo brasileiro à oração e restauração de várias fragilidades humanas e sociais.
A transição
Pe. João: A minha missão e a missão da equipe que esteve comigo é de deixar para o próximo reitor um projeto pronto, e isso nós conseguimos, graças a Deus. Quem está chegando, vai chegar também com o projeto pronto. Então, é executar esse projeto e estar atento ao que for aparecendo ao longo do caminho, porque muitas novidades e surpresas aparecem, e é preciso estar atento a elas.
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O Santuário é a nossa grande vitrine pastoral. Vitrine também de promoção vocacional e a responsabilidade que nós temos de estar aqui é zelar pelo patrimônio do povo brasileiro e catequizar o povo a partir do Santuário Nacional. Então, aqueles que vierem nos próximos anos, nos próximos quadriênios, já terão um projeto traçado.
Claro que particularidades aparecem em cada momento, mas o principal projeto a gente sabe qual é: atender o povo brasileiro, catequizar, comunicar o Evangelho diariamente e estar aqui à disposição para que Deus use a cada um de nós como instrumento de salvação para o povo.
O futuro
Pe. João: A próxima missão é mais fácil? Não! É mais difícil, porque eu não fiz ainda! Sempre o que nós vamos fazer é mais difícil que o que nós já fizemos. O que já fizemos já está feito, bem ou mal, está pronto. Agora, o que vem pela frente é mais difícil. E é aí que está a razão de ser da missionariedade, e essa é a razão do rodízio que se faz aqui no Santuário Nacional.
A Congregação Redentorista faz questão disso, de fazer esse rodízio, porque o Santuário não pode estar nas mãos, nos sentimentos e no conhecimento de uma pessoa só; todos nós colaboramos e vamos continuar colaborando, direta ou indiretamente, porque é essa a responsabilidade da nossa Congregação.
::Coletiva marca primeiro encontro do novo Reitor do Santuário Nacional com a Imprensa
Padre João Batista foi nomeado reitor na Igreja de Santa Cruz, em Araraquara (SP).
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