Por André Luiz Oliveira Em Palavra do Associado Atualizada em 22 MAI 2020 - 08H35

Mariologia em tempo de pandemia




Sempre nos momentos de dificuldade, a humanidade mais recorreu ao auxílio mariano: é nas ocasiões de fragilidade que a devoção mais cresce.
Quando algo nos foge às mãos, e nos vemos incapazes de o resolver, só nos resta recorrer à proteção divina.

Estamos assistindo a uma dessas ocasiões de fragilidade da humanidade, frente toda essa crise mundial provocada pela pandemia do Covid-19. Muitos são os que, nesta hora, recorrem aos diversos títulos marianos, invocando a Virgem Maria para que livre a humanidade dos flagelos. Os títulos tradicionais,como Nossa Senhora da Saúde, dos Remédios, das Vitórias, da Esperança, etc. são, certamente, os mais invocados, os que trazem um determinado conforto psíquico-espiritual neste momento. A nomenclatura do título fala ao psicológico, pois agora precisamos de saúde, vitórias, esperança, etc.

A fé é objeto da ocasião; ela se aquece nas dificuldades e arrefece na bonança. Com um breve olhar na história, veremos que sempre a devoção mariana se desenvolveu nos momentos críticos, com o surgimento de ladainhas, procissões, consagrações, orações, edificações de templos. As significativas inspirações sempre surgem em momentos de tensão. Talvez seja essa uma oportunidade para uma releitura mariológica, repensar nossa compreensão do papel de Maria na história.

Superar a devoção mariana supersticiosa é missão dos teólogos, é função dos pastores e expectativa dos fiéis. Nesse momento, devemos entender por que recorremos a Maria e Ela nada parece resolver? Esperanças mágicas não representam a Maria do vilarejo de Nazaré, posto que ela nunca esperou por uma resposta mágica para seus problemas e para as ocasiões mais difíceis. Ela confiou, esperou e compreendeu, soube ler os sinais dos tempos.

Nesta hora em que nada podemos fazer contra essa pandemia, surge uma confiança exacerbada numa resolução mágica, que nos livre instantaneamente de tudo isso. Isso não acontecerá! Maria, a Mãe de Jesus, nos ensina que devemos rezar, confiar e sermos sensatos, atentos às orientações médicas propostas para este momento.

Creio que se houvesse uma aparição mariana agora, ela nos diria: "Fiquem em casa, meus filhos!" Pois a Mãe zela pelo bem de seus filhos e quer que todos se sintam por ela amparados. Não temamos, mas confiemos, e caso venha sobre nós o medo ou a desesperança, nos refugiemos no colo acolhedor de Maria, pois no colo da Mãe, nenhum mal nos pode afligir.

Nas dificuldades, sempre me lembro das palavras do Cardeal Sebastião Leme:

“Senhora Aparecida, o Brasil é vosso! [...] Senhora Aparecida, o Brasil vos ama, o Brasil em vós confia! Senhora Aparecida, o Brasil vos aclama! Salve Rainha!”.

Ir. André Luiz Oliveira – C.Ss.R.
Mariólogo e Escritor

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