Pietro Barbarese: Missionário Leigo e amigo de Santo Afonso

A história da Congregação Redentorista mostra que Santo Afonso teve muitos colaboradores que o ajudaram a concretizar o seu projeto de missão.

São bem conhecidos Dom Tomás Falcoia, seu diretor espiritual; Madre Maria Celeste Crostarosa, que o ajudou a clarear seu projeto missionário; seus primeiros companheiros que com ele abraçaram a causa do anúncio da Copiosa Redenção, entre os quais se destaca a figura de Vito Curzio, primeiro irmão redentorista e tantos outros.

Existem, entretanto, outras pessoas menos conhecidas, que foram muito importantes no campo do apostolado, da amizade e da caminhada. Um desses foi o jovem napolitano Pietro Barbarese, do qual a história pouco fala.

Da boemia para a missão

Pietro Barbarese era um jovem professor napolitano já corrompido pelos vícios. Ele ensinava gramática, mas deixava aos seus alunos muito mais maus exemplos do que bons ensinamentos.

Sua vida parecia condenada a se perder, até que um dia ouviu um sermão do Padre Afonso de Ligório, mudando completamente seu modo de viver.

Aquelas palavras inflamadas penetraram profundamente em seu coração. Depois, abalado e arrependido, se jogou aos pés do santo missionário, pedindo o perdão e, desde então, nunca mais o abandonou, escolhendo Afonso de Ligório como seu guia espiritual.

A graça de Deus transformou radicalmente aquele homem. De um decadente professor que levava as crianças ao pecado, transformou-se em um catequista atento e zeloso.

Em sua escola, não mais se limitava a ensinar letras ou gramática, mas sempre ajudava as crianças a rezar, guiava seus alunos com meditações entre as quais falava sobre os chamados “novíssimus”, que são as últimas coisas que vão nos acontecer, levava seus alunos à missa e preparava a todos de forma diligente para a confissão e a comunhão.

Ele se preocupava com os menos instruídos, sugerindo na igreja que fizessem os atos de preparação e ação de graças, prática que ele introduziu em Nápoles e que permaneceu por muito tempo.

As “Capelas Noturnas”

Movido pelo zelo, Pietro Barbarese também passou a reunir as pessoas mais simples, especialmente os carregadores do porto e os doentes.

Começou quase por acaso, numa barbearia localizada defronte da igreja de Nossa Senhora do Carmo, onde falou com simplicidade sobre o Evangelho, da Paixão de Cristo e das coisas que acontecerão nos últimos tempos.

Logo, o número de pessoas que se reunia foi aumentando a ponto de a reunião precisar ser transferida para a capela dos Berrettari. Todas as noites, mais de 60 pessoas se reuniam, orando e ouvindo suas exortações.

As reuniões conduzidas por Pietro Barbarese se tornaram muito populares em Nápoles. E quando, por ordem superior, precisou ceder sua condução a um clérigo, não desanimou e abriu novos espaços de encontro em sua própria casa e em outros lugares, sempre voltados para os mais humildes e deserdados.

O próprio Afonso de Ligório fez amizade com ele, costumando visitar essas reuniões, apoiando e encorajando a todos. Cada Capela Noturna tinha o seu líder, quase sempre uma pessoa leiga como ele.

Desta forma, de um homem cruel e professor corrupto, Pietro Barbarese foi se transformado em um fervoroso apóstolo leigo entre os pobres, um exemplo vivo do poder da graça sob a orientação espiritual de Santo Afonso.

Ele morreu num sábado, dia 19 de setembro de 1767, na noite anterior à festa das Dores de Maria Santíssima, sendo sepultado pelos padres jesuítas na Congregação de Nossa Senhora das Dores, erguida na igreja de Carminello al Mercato.

Bem antes do nascimento da Congregação do Santíssimo Redentor, Afonso de Ligório acreditou nos leigos, fazendo de muitos deles protagonistas do anúncio do Evangelho!

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Fonte: Instituto Histórico Redentorista