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Amor ofendido por não poder amar (Jr 13,1-11)
Amor ofendido por não poder amar (Jr 13,1-11)

Que uma vez mais, por sua palavra escrita, o profeta nos ensine a experiência que ele fez de Deus! E para torná-la mais facilmente compreensível e assimilável, ele usa de um símbolo.

Que Deus o profeta está experimentando! Ele O sente, ordenando-lhe: “vai comprar para ti um cinto de linho e coloca-o na cintura, mas sem mergulhá-lo na água” (Jr 13,1). E “como o cinto adere à cintura de um homem, assim eu fiz aderir a mim toda a casa de Israel e toda a casa de Judá – oráculo de Javé – para que fossem meu povo, minha fama, meu louvor e minha glória” (v.11a). Que Deus próximo de nós! Quanta ternura: quer nos sentir aderindo a Ele como um cinto adere à cintura de alguém! Nós, um cinto em Sua cintura, como que sendo uma só coisa com Ele!

Mas, tendo comprado o cinto e se cingido com ele, chegam-lhe novas orientações divinas (v.2s): “toma o cinto que compraste e que trazes na cintura, levanta-te, vai ao Eufrates e esconde-o na fenda de um rochedo” (v.4), ordem que o profeta cumpre à risca (v.5). “Depois de muito tempo, Javé me disse: ‘Levanta-te, vai ao Eufrates e toma o cinto que eu te mandei esconder lá’” (v.6). O profeta cava e retira o cinto de onde o escondera: “o cinto tinha apodrecido, não servia mais para nada” (v.7).

“Então foi-me dirigida esta palavra de Javé: ‘Assim fala Javé: deste modo farei apodrecer o orgulho de Judá e o grande orgulho de Jerusalém. ‘Este povo malvado, que recusa escutar minhas palavras, que se comporta conforme a dureza de seu coração e segue outros deuses para servi-los e adorá-los, será como este cinto, que não serve mais para nada’ (v.8-10).

Que maravilha de divina fineza! “Malvado... que não serve mais para nada” é sim quem “se comporta conforme a dureza de seu coração”. Mas, esse coração duro é de quem não aceita ser divinamente amado como um cinto a cingir a cintura de Deus! Sem essa convivência tão íntima, vamos nos embrutecendo, nos endurecendo de coração e de atitudes! Preferimos apodrecer na infidelidade a receber, na fidelidade, a proximidade carinhosa do Deus-esposo, do Amor que impedimos de nos mostrar amor!

Resignando-Se a ser unicamente Amor, a ser apenas proposta e jamais imposição a nós, Deus vai experimentando Sua infinita fragilidade diante de nosso coração. Ele tem planos estupendos para nós, e tudo de graça, mas precisamos aceitar, acolher, abraçar!

Sim, quantas vezes nos fazemos surdos a seus apaixonados apelos de intimidade e convivência, “pois, como o cinto adere à cintura de um homem, assim eu fiz aderir a mim toda a casa de Israel e toda a casa de Judá – oráculo de Javé – para que fossem meu povo, minha fama, meu louvor e minha glória” (v.11a). Eis Seu amoroso projeto para nós. De Sua parte, é projeto irrenunciável, e assim o apresenta como já acontecendo, sendo acolhido: “assim eu fiz aderir a mim”. Todavia, qual a nossa resposta? “Mas não ouviram” (v.11b)!

"Mas não ouviram”: em que sentido é inspirada essa Palavra? O profeta é leitor das mais íntimas profundidades nossas e de Deus. E sempre portador – em nome de Deus – de Palavra de vida, de conversão. Assim, é como Deus nos dizendo hoje: - até agora vocês “não ouviram”, mas... não querem ouvir a partir de agora? Minha proposta como meu Amor, jamais muda! Sou eternamente teimoso! Você, seu coração, é minha hora, que tanto espero, e que me faz plenamente feliz quando soa, permitindo-Me ser como a cintura de um homem ansiosa de ter vocês como cinto a Me cingir! Que tal?

REFLEXÃO

1. Apesar de nossas recusas, Deus não desiste de sempre nos mostrar amor: você prova esse Deus em sua vida?

2. Meu amor, sobretudo pelos irmãos, como o de Deus, é teimoso, jamais desiste?

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Por Redação, em Santuário Nacional

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