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O Imaculado Coração de Maria

Escrito por Academia Marial

23 JUN 2022 - 07H00

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A memória litúrgica do Imaculado Coração de Maria ocorre no sábado, após a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. São próximas uma da outra, pois o Coração do Filho está próximo ao Coração da Mãe. Maria é aquela que não teve mácula, ou seja, não teve o coração manchado pelo pecado. Por isso, essa memória litúrgica se denomina de Imaculado Coração de Maria.

Recentemente, o Papa Francisco consagrou a Rússia e a Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, repetindo piedosamente o que o Papa Pio XII tinha feito. Esse, também, foi um pedido da própria Virgem Maria, em Fátima, quando apareceu aos pastorinhos. Ela disse que os pastorinhos deveriam rezar para que a humanidade se consagrasse ao seu Imaculado Coração.

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Em 1925, em Pontevedra, na Espanha, a Santíssima Virgem revelou a então postulante Lúcia a devoção reparadora dos cinco primeiros sábados. Somente dois anos mais tarde, em 1927, Lúcia deu a conhecer as palavras da Virgem Maria, após ter conversado com seu confessor. Essa devoção reparadora aconteceria nos cinco primeiros sábados do ano e, por isso, também os sábados são votivos à Nossa Senhora.

Apesar desses fatos mencionados acima, a devoção ao Imaculado Coração de Maria remonta ao início da Igreja, pois tem suas raízes na Sagrada Escritura. O evangelista Lucas menciona dois momentos em que se remonta ao coração da Virgem Maria: “Maria conservava todas estas palavras, meditando-as em seu coração” (Lc 2,19). Outra passagem: “Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas essas coisas em seu coração” (Lc 2,51).

A doutrina e devoção ao Imaculado Coração de Maria foram crescendo durante a Idade Média. Nos séculos seguintes, surgiram outros grandes devotos ao Imaculado Coração de Maria, bem como do Coração de Jesus. Dentre eles, destacam-se São Bernardo, Santa Gertrudes, Santa Brígida, São Bernardino de Sena e São João Eudes que foi o maior apóstolo da devoção ao Coração de Maria. Em 1648, o Padre João Eudes obteve do bispo de Autun, na França, a aprovação da celebração da festa.

A Santa Sé mostrou-se favorável ao culto ao Imaculado Coração de Maria, no início do século XIX. No ano de 1805, o Papa Pio VII concedeu a autorização para a celebração da festa às dioceses e às congregações religiosas que lhe pediam. No ano de 1855, o Papa Pio IX aprovou a Missa e o ofício próprios do Imaculado Coração de Maria. Durante a Segunda Guerra Mundial, em 8 de dezembro de 1942, na Solenidade da Imaculada Conceição, o Papa Pio XII consagrou a Igreja e todo o gênero humano ao Coração Imaculado de Maria e, três anos depois, estendeu a festa do Imaculado Coração de Maria para toda a Igreja Católica.

A partir das aparições de Nossa Senhora, em Fátima, a devoção ao Imaculado Coração de Maria ganha ainda mais força, especialmente, na devoção particular dos fiéis, como aconteceu com a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. “A missão especial de Fátima é a difusão ao mundo ao Imaculado Coração de Maria”, dizia Dom Manuel Gonçalves Cerejeira, Cardeal Patriarca de Lisboa.

A celebração da memória de Nossa Senhora aos sábados é uma tradição que remonta aos primórdios da Igreja. A presença da Missa de Nossa Senhora nos Sábados, no missal romano de São Pio V, de 1570, mostra a antiguidade dessa prática, que consiste em honrar especialmente a Santa Mãe de Deus nesse dia da semana. Da mesma forma que cada dia da semana é votiva a alguma devoção própria. Temos que ter um dia voltado para a Mãe de Deus. Portanto, o objetivo principal da devoção ao Imaculado Coração de Maria é conquistar a paz e salvar as almas. Como Nossa Senhora mesmo disse aos pastorinhos, em Fátima: “Se fizerem o que eu vos digo, muitas almas se salvarão e terão a paz. A guerra vai acabar”. Ao dizer tais palavras, Nossa Senhora deixou o seu pedido bastante claro.

Confiemos à Virgem Maria os nossos pedidos e nos consagremos ao seu Imaculado Coração e consagremos a nossa família, também. Peçamos a Paz e que alcancemos a vida eterna, buscando viver uma vida de santidade. Rezemos pela conversão dos pecadores e que todos os corações se voltem ao amor de Deus. Procuremos participar da Celebração Eucarística nesse sábado dedicado à Virgem Maria e que o nosso coração se aproxime do coração materno de Maria. Não podendo, pelo menos, rezemos o Rosário em família. Há sessenta anos o nosso predecessor consagrou esta nossa cidade do Coração de Maria, neste ano iremos renovar essa consagração.

Creio ser muito importante retomarmos o piedoso costume de introduzir, neste tempo favorável das duas festas, os quadros do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria nas salas de nossas casas e nos comércios católicos!

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
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