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Mariofanias - Nossa Senhora de Guadalupe

Guadalupe, México (1530)

Escrito por Academia Marial

22 OUT 2022 - 07H00 (Atualizada em 12 DEZ 2022 - 11H12)

Thiago Leon

Título: Nossa Senhora de Guadalupe
Festa: 12 de dezembro
Aparições: 5 aparições (09 de dezembro de 1531 a 12 de dezembro de 1531)
Videntes: São Juan Diego / Juan Bernardino
Investigado: 1666 / 1723
Aprovação: 1555 pelo Arcebispo Alonso de Montúfar (1551-1572)

Os acontecimentos no Monte Tepeyac no México e a propagação da devoção mariana em torno do orago da Virgem de Guadalupe nos apontam como, de forma clara, a figura da Mãe de Deus influiu na identidade dos povos ameríndios. 

“O significado do fenômeno Guadalupe não diz respeito somente ao México, mas se estende a toda a América Latina e mesmo ao mundo.” Fr. Clodovis M Boff, OSM

Em todos os tempos, Deus se serviu dos mais pobres e humildes do seu povo para transmitir ao mundo a sua mensagem de fé, amor e conversão. Em Guadalupe, o Todo-Poderoso serviu-se não somente de sua Filha Predileta, Maria Santíssima, mas também do indígena Juan Diego.

Em, 1474, nascia na cidade de Cuautitlán, o vidente das aparições em Guadalupe. Logo que nasceu, recebeu como nome “Quauhtlatoatzin” que na linguagem do seu povo significa “águia que fala”. Convertendo-se ao Cristianismo e sendo batizado pelos franciscanos em 1525, Quauhtlatoatzin recebe como nome de batismo “Juan Diego”.

Em 1476, dois anos após o nascimento de Juan Diego em Cuautitlan, nascia na Espanha outra grande figura que faria dos acontecimentos guadalupanos um grande marco na história da América Latina: nascia o Bispo Juan de Zumárraga. As vidas de Juan Diego e Juan de Zumárraga se cruzariam em pouco tempo; um espaço de tempo que ficou marcado por grandes acontecimentos.

Dentre esses, a chegada de Cristóvão Colombo, em 1492, a uma ilha nas Américas, que batizou com o nome de San Salvador. Em 1514, erguia-se no Novo Mundo o primeiro santuário mariano, na cidade de  As vidas de Juan Diego e Juan de Zumárraga se cruzariam em pouco tempo; um espaço de tempo que ficou marcado por grandes acontecimentos. Dentre  a dedicado à Nossa Senhora de Altagrácia.

Após vinte e sete anos da chegada de Cristóvão Colombo à América, “a bordo da Santa Maria de La Concepcíon, Hernán Cortés, da Medellín espanhola, aportou na costa do continente americano. Isso ocorreu na Sexta-Feira Santa do ano de 1519, perto daquela que seria, mais tarde a cidade portuária mexicana de Vera Cruz” ¹.

Efetivamente, se queremos entender adequadamente o significado social e também teológico das aparições em Guadalupe, temos que nos deter ao contexto de opressão e destruição que constitui seu tenebroso pano de fundo.

É difícil imaginar a violência do choque que pôs frente a frente dois povos, ambos inspirados por uma religião de guerra e por uma mística cruenta: o “povo do sol”, adorador de um deus sedento de sangue, Huitzilopochtli, e possuidor de uma academia superior de guerra; e o povo da Espanha, curtido nas lutas da Reconquista contra os mouros e na repressão inquisitorial contra os heréticos e os judeus.

Por uma série de questões, o resultado do embate foi fatal para os “naturais”. ²

Em 1524, chegam os doze primeiros franciscanos para a evangelização da Mesoamérica (atual México) e quatro anos após o início das missões, chega ao Novo Mundo o Bispo Juan de Zumarraga. Em 1529, falecia a esposa de Juan Diego.

Após dez anos de conquista da capital asteca, na manhã de 9 de dezembro de 1531, Juan Diego, agora viúvo, segue seu caminho de catequização, e para isso precisa dirigir-se para a Cidade do México.

Algo misterioso acontece naquela manhã ao passar pelo Monte Tepeyac. Sabemos, desde então, do ocorrido a partir de tudo que foi escrito nos relatos do letrado índio Antônio Valeriano. Seus escritos ficaram conhecidos como “Nican Mopohua” (em português, “Aqui se conta”).

“No sábado, bem de madrugada, ia seguir a Deus e seus mandamentos. Ao chegar próximo à colinazinha chamada Tepeyac, já amanhecia. Ouviu cantos sobre a colinazinha, como o canto de muitos pássaros raros; ao cessar suas vozes, a colina parecia responder-lhes; seus cantos, sobremaneira suaves e prazerosos, sobrepujavam ao do coyoltototl e do tzinitzcan e ao de outros pássaros raros. Juan Diego se deteve em contemplação.

Falou consigo: ‘Porventura sou digno ou merecedor do que ouço? Será que não estou apenas sonhando? Será somente algo como um sonho? Onde estou? Onde me encontro? Acaso estou lá onde os anciãos, nossos antepassados, nossos avós falavam: na terra das flores, na terra do milho, da nossa carne, do nosso sustento? Acaso estou na terra celestial?’. Estava lá, olhando em direção ao topo da colinazinha, do lado de onde nasce o sol, de onde procedia o precioso canto celestial” (Nican Mopohua, relatos de 8 a 13). 3

Juan Diego ainda se mantinha em êxtase diante do que ouvia. Quando o celestial canto cessou, e do lado da colina onde nasce o sol, o indiozinho ouviu a voz de uma jovem que o chamava: “Juan, Juan Dieguito!” e Juan logo foi ao encontro da voz que vinha do cimo da colina do Tepeyac. Nada atormentava seu coração enquanto se dirigia ao local, pelo contrário, sentia-se alegre e atraído pela doce voz.

Ao chegar no cimo da colina onde a voz o chamava, Juan Diego deteve-se diante de:

“uma donzela que ali estava de pé a qual lhe chamou a aproximar d’Ela. Quando chegou diante d’Ela, admirou-se muito da maneira como, incomparavelmente, se avantajava sua perfeita grandeza. Seu vestido reluzia como o sol e como que irradiava; a pedra, o rochedo no qual estava de pé, como que lançava raios.

Seu resplendor era como de pedras preciosas, à semelhança de um bracelete (nada mais bonito); a terra como que reluzia, como os reflexos do arco-íris no nevoeiro. Os mesquites e os nopales e demais plantinhas que geralmente se encontram por ali, pareciam como esmeraldas. Sua folhagem parecia como turquesa, e seu tronco, seus espinhos e seus frutos reluziam como o ouro. Prostrou-se em sua presença. Escutou seu alento, sua palavra, que era extremamente glorificadora, sumamente afável, como de quem o atraia e o estimava muito.

Disse-lhe: ‘Escuta, Juanito, o menor de meus filhos. Aonde vais?’. Ele lhe respondeu: ‘Minha Senhora, Rainha, minha Menininha, irei à tua casinha do México, a Tlatelolco, para seguir às coisas de Deus que nos dão e nos ensinam aqueles que são imagens de Nosso Senhor: nossos sacerdotes’. Dito isto, ela lhe fala e lhe descobre, em seguida, sua preciosa vontade. Disse-lhe: ‘Fica sabendo e tem por certo, menor de meus filhos, que eu sou a Perfeita Sempre Virgem Santa Maria, Mãe do Verdadeiríssimo Deus, por quem se vive, o Criador dos povos, o Senhor destas terras e de suas imediações, o Senhor do céu e da terra.

Muito quero e desejo que aqui ergam para mim minha casinha sagrada, onde o mostrarei e o exaltarei ao manifestá-Lo, onde o darei aos povos com todo meu amor pessoal, meu olhar compassivo, meu auxílio e minha salvação. Porque eu, em verdade, sou vossa mãe compassiva, tua e de todos os moradores desta terra, e de todos os demais povos, que me amem, clamem por mim, me busquem e em mim confiem. Porque ali lhes escutarei seu pranto, sua tristeza, para remediar, para curar todas as suas diferentes penas, suas misérias e suas dores.

Para realizar o que pretende meu compassivo olhar misericordioso, vá ao palácio do bispo do México e diga-lhe que eu te enviei, para lhe revelar como desejo muito que aqui me provejam de uma casa e erijam em lugar plano meu templo. Tudo lhe contarás, quanto hás visto e admirado, e o que ouviste. Tem por seguro que muito lhe agradecerei e lho pagarei que por isto te enriquecerei e te glorificarei; por causa disto, muito merecerás que eu retribua teu cansaço e teu serviço em ires solicitar o assunto para o qual te envio.

Ouviste meu alento e palavra, menor dos meus filhos. Vá e ponha nisto todo o teu empenho.’ Imediatamente se prostrou em sua presença e lhe disse: ‘Minha Senhora, Menina, já vou realizar teu venerável desejo e palavra. Por hora me despeço de Ti, eu, teu pobre indiozinho’.” (Nican Mopohua, relatos de 16 a 40). 4

Jonas Reis
Jonas Reis


Naquele mesmo dia, Juan Diego se encontra com o bispo e a ele transmite a Mensagem da “Xocoyata - sua filha mais nova”, como carinhosamente o índio a chama. Mas o bispo não atende ao pedido do vidente e o manda retornar uma outra hora para dar-lhes mais atenção. Inconsolável por não ter sido acreditado pelo bispo, Juan Diego retorna ao Tepeyac e por volta das 17 horas encontra novamente a Xocoyata.

Junto da Virgem, o pobre índio indaga:

“’Suplico, minha Senhora, que encarregues a um dos nobres, pessoas respeitadas para que assim a sua palavra seja acreditada’. Logo, Juan Diego falou sobre si mesmo: ‘Eu sou apenas um pequeno homem que não tem um lugar próprio, um cordão, escadinha, palha, uma folha; você me envia para um lugar por onde não ando nem paro.’ Ela respondeu: ‘é absolutamente necessário que seja precisamente você quem vai falar por mim. Suplico-lhe e ordeno-lhe que vá amanhã novamente ver o bispo.’ Ele replicou: "irei com muito boa vontade, mas quiçá não seja ainda acreditado. Amanhã voltarei para dar-lhe o retorno do bispo’.” 5

Na manhã seguinte, 10 de dezembro, o pobre índio, após participar da Santa Missa, vai novamente ao encontro do bispo e novamente lhe expõe o desejo a Virgem. Diante da insistência do índio, o Bispo Juan de Zumarraga pede ao índio um sinal de que o que ele diz é verdade. Juan promete pedir à Senhora do Tepeyac o sinal.

Quando o vidente deixou o palácio, o Bispo, ordena que dois de seus empregados o sigam para ver aonde ele iria. Os dois seguem-no e, por uma providência divina, se perdem do mesmo. Para não atestar o erro de perder de vista Juan Diego resolvem voltar e dizer que tudo o que o mesmo contou era mentira.

Naquele mesmo dia, o tio de Juan Diego encontrou-se novamente com a Virgem Maria no alto da colina e disse a Ela que o Bispo desejava um sinal para acreditar em suas palavras. A Bela Senhora então lhes promete: 

“Está bem, filhinho, retornarás aqui amanhã e levarás ao Bispo o sinal que ele te pediu. Com isso, ele acreditará, não duvidará nem mais suspeitará de ti. E saibas, filho querido, que te recompensarei por este cuidado, trabalho e cansaço para atender ao meu pedido. Vai agora, e amanhã te espero aqui!” 6

No dia seguinte, dia 11 de dezembro, Juan Diego permaneceu cuidando do tio Juan Bernardino, que estava muito doente. No dia 12 de dezembro, vendo a piora do tio, resolveu ir em busca de um sacerdote. Temeroso de encontrar a Virgem na colina e atrasar a vinda do sacerdote para ministrar a bênção ao tio, Juan pensa: “Se eu for direto pelo caminho, terei que passar pela Senhora e ela me deterá para levar o sinal ao bispo. Que primeiro nossa tribulação nos deixe e eu vá chamar o sacerdote para meu pobre tio que está aguardando” 7.

E assim Juan o fez e contornou o cerro do Tepeyac para não se encontrar com a Senhora. Mas a Ela sai ao encontro dele e lhe pergunta: “Aonde vai?” Após explicar sobre o tio doente, ela respondeu:  

"Escuta, ó menor de meus filhos: que nada o reprima, não tenhas medo de nenhuma doença ou dor. Não estou aqui eu, que sou tua mãe? Não estas sob minha proteção e amparo? Há algo mais que você precise? Esteja seguro que ele não morrerá, por agora, do que ele padece, pode estar seguro que ele se recuperará".

Ele consolou-se muito e seu coração recuperou a calma. Juan Diego lhe suplicou que o enviasse pelo sinal. Ela disse: "Vai para acima do morro, aí encontrarás muitas flores, corta-as, ajunta-as e trazei-as para mim, para que eu as veja". Juan Diego subiu ao morro, cortou as flores e as colocou no seu poncho. Logo que voltou diante da Senhora, ela as tomou com as mãos e as colocou de novo no poncho. "Meu filhinho, estas rosas são a prova e o sinal, para serem apresentadas apenas diante do bispo". Ele se marchou.

Depois de muito esperar, conseguiu ver o bispo e disse: "Senhor bispo, fiz como você ordenou, aqui tem o sinal para que acredite em minhas palavras e na mensagem, receba-as". Nesse momento, desenrolou o poncho e as flores caíram espelhadas no chão.8

Para a surpresa de todos os presentes, no poncho de Juan Diego apareceu estampada a Imagem da Virgem Santa Maria, Mãe do Verdadeiro Deus por quem se vive. Todos ficaram tomados de grande emoção. O bispo desatou o manto do pescoço de Juan Diego e o levou para a capela.

Juan Diego ficou aí o dia inteiro e ao dia seguinte, o bispo disse: "Vamos para que mostre o lugar onde a Rainha do céu quer que seu templo seja construído.” Juan indicou o lugar e logo se dirigiram para a casa de seu tio. Uma vez que chegaram, o tio Juan Bernardino contou a maneira como a Senhora o tinha curado e que ele também tinha visto a Senhora, tal e como o sobrinho. "Ela disse o seu nome, que seria o nome da preciosa imagem, a sempre Virgem Maria de Guadalupe".

Em 24 de dezembro, o bispo Juan de Zumarraga escreve uma carta a Hernán Contéz dizendo:

“Quero dedicar minha catedral à Imaculada Conceição, porque foi durante essa festa que Deus, em sua Mãe Santíssima, se dignou a derramar grande favor sobre a terra que você conquistou".

Em 1533, é erguido o primeiro santuário em honra da Virgem e neste santuário viveu Juan Diego, como guardião do poncho da Virgem Maria.

Em 1541, o padre Motolinia escreve os primeiros prodígios da Virgem Santa Maria no Novo Mundo e relata como nove milhões de astecas se converteram ao Cristianismo.

Em 1548, o bispo Juan de Zumarraga adormeceu para este mundo, indo contemplar na eternidade Aquela que seus olhos viram em vida no poncho de Juan Diego. Em 30 de maio do mesmo ano, foi Juan Diego contemplar na glória do céu Aquela que teve a alegria de contemplar ainda em vida no Tepeyac.

No conselho provincial de 1555, o segundo arcebispo do México, Dom Alonso de Montúfar, formula cânones que indiretamente aprovam as aparições da Virgem Maria no Tepeyac e, um ano após, em 1556, inicia-se a construção do segundo santuário, que ficou pronto em 1567.

Em, 1666 o inquérito de investigação formal denominado “Informaciones Guadalupanas” é conduzido pela Igreja e Juan Diego é chamado “Homem Santo”. Outra investigação formal é pedida pelo arcebispo Lanziego y Eguilaz, em 1723.

Em 1737, a Virgem de Guadalupe é proclamada a Padroeira da Cidade do México. Seu padroado é aceito para toda a Nova Espanha em 1746 e, no mesmo ano, sua imagem é solenemente coroada.

Em 25 de maio de 1754, sua liturgia própria é aprovada pela Santa Igreja e sua festa passa a ser celebrada em 12 de dezembro.

Em 1910, o Papa Pio X proclama a Virgem de Guadalupe como Padroeira da América Latina; sendo elevada pelo Papa Pio XII como “Rainha do México e Imperatriz das Américas” em 1945. Um ano após esta declaração, o mesmo Papa declara Guadalupe a Padroeira das Américas.

Em 6 de maio de 1990, na Basílica de Santa Maria de Guadalupe, no México, o Papa São Joao Paulo II beatificou Juan Diego, declarando que sua festa fosse celebrada no dia 9 de dezembro e proclamou-o “protetor e defensor dos povos indígenas”.

Em 31 de dezembro de 2002, na Cidade do México, Juan Diego é canonizado por São Joao Paulo II.

“Tomemos para nós o exemplo do índio Juan Diego e que nunca deixemos de acreditar na presença materna de Nossa Senhora junto de nós. Nossa Senhora de Guadalupe está nos apontando um caminho de conversão pessoal e pastoral: uma Igreja sinodal — da escuta e da compaixão — para tornar o Evangelho mais vivido, proclamado e seguido. Façamos como Maria Santíssima: em tudo fazei o que Jesus vos pedir!” Cardeal Dom Orani Tempesta

Vinícius Aparecido de Lima Oliveira
Associado da Academia Marial de Aparecida

Bibliografia:

1. BADDE, Paul. A face de Nossa Senhora no manto de Guadalupe: como a aparição da Virgem configurou a história universal. Rio de Janeiro: Capax Dei, 2013.
2. BOFF, Clodovis. Mariologia social: o significado da Virgem para a sociedade. São Paulo: Paulus, 2006.
3. VALERIANO, Antônio. Nican Mopohua. São Paulo: Loyola, 1989.
4. Idem.
5. LOPEZ, Gerardo Custódio. Relato das aparições de Nossa Senhora de Guadalupe. Xaverianos, 09 dez. 2021 Disponível em: https://www.xaverianos.org.br/noticias-e-artigos/teologia/2172-relato-das-aparicoes-de-nossa-senhora-de-guadalupe. Acesso em: 10 out. 2022.
6. BRUSTOLIN, Leomar Antonio. Sob o olhar de Guadalupe: sinais do céu sobre a terra. São Paulo: Paulus, 2020.
7. Idem.
8. CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Celebração do dia de Nossa Senhora de Guadalupe, em 2021, aponta para o Jubileu Guadalupano em 2031. CNBB Igreja Católica Apostólica Romana. Disponível em: https://www.cnbb.org.br/celebracao-do-dia-de-nossa-senhora-de-guadalupe-em-2021-aponta-para-o-jubileu-guadalupano-em-2031/. Acesso em: 21 out. 2022. 

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