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Dúvidas Religiosas

O meu cônjuge não respeita a minha religião. O que fazer?

Missionário redentorista explica que o respeito precisa ser mútuo e a razão de tudo

Escrito por Beatriz Nery

13 AGO 2025 - 13H55 (Atualizada em 13 AGO 2025 - 16H54)

Camerene Pendl/peopleimages.com/Adobe Stock

Como um casal, pode ser que aconteça de ambos não professarem a mesma fé católica, ou até mesmo cristã. O que não pode ocorrer, no dia a dia, são ataques à escolha de fé do (a) cônjuge.

Apesar das particularidades de cada um, o respeito é fundamental em qualquer relação. Nenhum ser humano deve ser submetido a vexames ou humilhações.

O Pe. Rubens Gomes de Carvalho, C.Ss.R. defende a “importância do diálogo, da abertura do coração de um para o outro, cada um fazendo ver a sua própria dignidade, sem acusar o outro”.

Para o missionário redentorista, a resposta é sentar-se frente a frente e se escutarem com carinho. Aproveite e pergunte com calma: “O que em mim te incomoda?”. Diga o que sente. Dialogue com responsabilidade, afeto e desejo de entendimento. Assim, juntos tomarão “uma decisão madura, consciente e responsável desta união”, completa.

O diálogo deve ser conquistado para que haja um esclarecimento e surja, a partir daí, um exame de consciência mútuo. “Busquem perdão. Esclareçam os pontos que doem. Perguntem: ‘Por que estamos juntos? Ela/ele me faz bem ou não?’”, sugere Padre Rubens. Com as respostas alcançadas, avaliem os motivos de estarem juntos.

Amor cristão e sacramento do matrimônio

Se ambos são cristãos, o amor é a prioridade. No matrimônio católico, o vínculo é sacramental: “Até que a morte nos separe”. Isso traz valor à união, mas isso não significa sofrer humilhações ou desrespeito.

Padre Rubens orienta: se são casados na Igreja e praticam a fé de formas diferentes, de modo que cause discussão, procure apoio. “Busque o auxílio da parte da paróquia e da pastoral familiar, o diálogo com o pároco também é bem-vindo, sobretudo de quem está sendo ofendido”.

E completa: “Nenhum casal está obrigado a suportar a ofensa do outro, sobretudo por causa de religião”. Quando o desrespeito é grave e o diálogo não acontece, pode-se buscar a declaração de nulidade do matrimônio. Isso evita viver um adultério moral, pois ninguém é obrigado a enfrentar situações terríveis só por ter casado na Igreja.

WesLens/peopleimages.com/Adobe Stock WesLens/peopleimages.com/Adobe Stock

Vale lembrar que o verdadeiro amor, conforme diz o Papa Francisco na exortação apostólica Amoris Laetitia (“A alegria do amor”), não ofende, não maltrata, não fere, além de ser um papel da Igreja em discernirem os caminhos aos casais:

“Durante muito tempo pensamos que, com a simples insistência em questões doutrinais, bioéticas e morais, sem motivar a abertura à graça, já apoiávamos suficientemente as famílias, consolidávamos o vínculo dos esposos e enchíamos de sentido as suas vidas compartilhadas. Temos dificuldade em apresentar o matrimônio mais como um caminho dinâmico de crescimento e realização do que como um fardo a carregar a vida inteira. Também nos custa deixar espaço à consciência dos fiéis, que muitas vezes respondem o melhor que podem ao Evangelho no meio dos seus limites e são capazes de realizar o seu próprio discernimento perante situações onde se rompem todos os esquemas. Somos chamados a formar as consciências, não a pretender substituí-las”. (Amoris Laetitia, Cap II, 37)

Resumo prático: o que fazer?

1. Valorize o respeito mútuo como base.

2. Inicie um diálogo simples, com abertura e afeto.

3. Faça exame de consciência e busque perdão.

4. Avalie se o relacionamento traz bem-estar.

5. Valorize a espiritualidade comum.

6. Busque apoio em sua paróquia ou pastoral familiar.

7. Saiba que não é obrigação suportar ofensas.

8. Pense na nulidade do sacramento, se os danos forem graves.

9. Lembre-se: o amor cristão não fere nem maltrata.

:: Liberdade de Expressão ou Respeito: qual a diferença?

Fonte: Vatican News

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