Itinerário Vocacional - Maio: Contato com a família

Sou o Leonardo José Mendes, aspirante redentorista, tenho 19 anos e sou natural de Jumirim (SP). Estou no meu terceiro ano de caminhada formativa, nesse ano, cursando a etapa do propedêutico no Seminário Redentorista Santo Afonso, em Aparecida (SP).

Quero partilhar com vocês um pouco sobre o contato com a família após o ingresso no seminário.

arquivo pessoal

Sou filho de Livino Mendes de Campos e de Aparecida Vaz de Lima Mendes. Tenho uma irmã mais velha, Tamires Aparecida Mendes, que é mãe do Miguel, meu sobrinho. Sempre tive comigo a certeza de que a família é a base de toda vocação. Pela bondade de Deus, fui agraciado com uma família que proporcionou os meios necessários para o desenvolvimento e amadurecimento da minha vocação, especialmente através do amor fraterno e do exemplo. Desde que eu me entendo por gente, percebo a proximidade e o apego que tenho com minha família. Recordo que no meu primeiro ano de seminário foi difícil conciliar a rotina com a saudade de casa. Mas tudo passa! Não há nada que o tempo em Deus não possa superar. Com o tempo, aprendi a me organizar e sempre aos fins de semana e nos feriados busco fazer chamadas de vídeo com minha família; além de manter o contato através de mensagens e das redes sociais nos demais dias da semana.

Leia MaisReze a Oração Vocacional para o tempo de pandemiaCNBB divulga tema e cartaz do Mês Vocacional 2021 Eu imagino que a primeira dificuldade que o vocacionado encontra no caminho de discernimento vocacional é a família, ou melhor, a saudade que ele possivelmente sentirá dela. Mas isso, de forma alguma pode se tornar um empecilho para o seu ingresso no seminário, devemos acreditar que podemos dar o primeiro passo, pois Deus é quem coloca o chão.

Aquele que nos chama a seguir seus passos, a partir de um processo de discernimento, não nos deixa desamparados e, da mesma forma, não desampara nossa família. Certa vez, um amigo me disse que quando um jovem decide entrar em um seminário, para responder ao chamado de Deus, o próprio Cristo assume seu lugar na família. Isso nos serve de consolo e incentivo para respondermos com convicção o nosso sim ao chamado Deus.

arquivo pessoal

Família reunida para o batizado do sobrinho Miguel, no Santuário Nacional.

Nesse sentido, percebemos que Deus nos chama à constituir uma nova família, não biológica, mas espiritual. O jovem vocacionado que ingressa em um seminário não está sozinho nesse caminho, ele é convidado a conviver com outros jovens que também buscam discernir suas respectivas vocações. Cada um com uma história de vida e com suas particularidades. São pessoas diferentes, mas com um mesmo objetivo. Aqui está a beleza de nossa vocação, somos chamados a viver como família, como irmãos. A partir do momento que nós compreendemos a vida de seminário dessa forma, a saudade de nossa família será atenuada pelo amor de Deus expresso na pessoa de nossos irmãos de caminhada.

Além do mais, no mundo tecnológico em que vivemos, a impossibilidade de estarmos juntos daqueles que amamos é superada. No cotidiano da vida de seminário, sempre que possível, buscamos "nos encontrar" com nossa família, seja por meio de mensagens, de ligações ou de chamadas de vídeo. É uma forma de amenizar a saudade que sentimos de nossos pais, irmãos, parentes e amigos. Por isso, devemos usufruir dos recursos tecnológicos para manter o contato com aqueles que amamos e, desse modo, honrarmos nosso caminho, sem jamais esquecer de nossas origens e de nossas raízes, que são a base e o sustento de nossa vocação.

Leia MaisReze a São José pelas vocaçõesNão há vocação sem cruzA juventude está mesmo perdida?Nessa perspectiva, é importante ressaltar que durante a caminhada no seminário nós temos o período de férias, em que podemos ir para a casa de nossos pais. Essa pausa acompanha as férias escolares, que, geralmente, são nos meses de julho, dezembro e janeiro. Ademais, durante o período do ano letivo, não costumamos visitar a nossa família, mas há a possibilidade de nossos familiares nos visitarem. Basta ser combinado com antecedência com o formador.

Durante a nossa caminhada formativa, além da tecnologia, o maior remédio para a saudade é a oração, seguida da vivência fraterna. Somente com muita oração e uma verdadeira vida de comunidade, é que a saudade da família é superada. Dessa forma, seguimos nosso caminho confiantes que Deus cuida de nossa família e não a deixa desamparada. Ele cuida também de nós, que assumimos esse desafio de responder o nosso sim convicto ao chamado de Deus e, como uma família de irmãos, buscamos caminhar juntos, visando um dia nos consagrarmos totalmente a Deus, na Vida Religiosa, como Missionários Redentoristas.

Você, caro vocacionado, que sente a inquietação da vocação batendo à porta do seu coração, não tenha medo de dar o seu sim a Deus. O Redentor que te chama pelo nome; Ele há de te sustentar e de te conduzir. A exemplo da Santíssima Virgem, que deu o seu fiat sincero e confiante a Deus, não tenhais medo de responder, com sinceridade e confiança, ao chamado de Deus!